Informe Platts

Agência Platts – dados de 09 de maio

• Os preços FCA do diesel S10 subiram na sexta-feira, acompanhando a alta da NYMEX. Ofertas mais caras ajudaram a espantar os compradores do mercado. A Platts ouviu ofertas entre PB – R$ 70/m³ e PB – R$ 40/m³ em Santos e Paranaguá. Um fechamento e algumas indicações foram excepcionalmente reportadas por volta dos PB – R$ 100/m³, mas participantes indicaram que estes níveis refletiram as condições por um breve momento durante a manhã e não eram replicáveis para o fechamento. No Nordeste, o mercado se manteve estável, tendo compradores bem estocados por cargas de navios russos.

• No mercado FCA de gasolina no Nordeste, a sexta também foi dia de alta nos preços, seguindo a NYMEX e apesar do menor apetite comprador. Segundo participantes de mercado, distribuidoras regionais estavam aguardando um navio cuja carga foi adquirida em pool, diminuindo a procura por material spot na base FCA e os negócios entre congêneres. Pelo outro lado, vendedores estavam sem necessidade imediata de girar seus tanques, ainda mais considerando o custo de reposição mais alto. A Platts ouviu no fim do dia ofertas entre PB – R$ 70/m³ e PB – R$ 50/m³.

• A Platts conversou recentemente com participantes de mercado tanto do lado dos derivados de petróleo quanto das usinas de etanol e a expectativa geral é de que há aceitação ao E30, mas muitas dúvidas quanto ao cronograma de sua implantação. Há possibilidade técnica de se iniciar o aumento do mandato da mistura de etanol na gasolina C, de 27,5% para 30%, mas representantes das distribuidoras veem a necessidade de se testar também a viabilidade econômica e sentem falta de diretrizes claras. A mudança deve ser significativa para a indústria do etanol, com previsão de 1,2 milhão de m³ saindo do hidratado para compor a base do anidro, o que evidencia como cronogramas apertados ou mudanças bruscas podem ser um problema no planejamento das usinas. Fontes políticas veem resistência do governo federal em aumentar a mistura agora.

• Dados do S&P Global Commodities at Sea e do Platts cFlow mostravam na sexta que 4,6 milhões de barris (738.990 m³) de diesel eram aguardados na costa brasileira essa semana, tendo a Rússia de volta como principal origem dessas importações, com 1,9 milhões de barris. Na semana passada, estava programada a chegada de 1,8 milhões de barris, e, apesar de haver um volume ainda aguardando descarregamento, não havia ainda indícios de atrasos para essa semana.

• Além disso, os portos brasileiros devem receber cerca de 121.845 m³ de nafta russa nas próximas duas semanas, de acordo com os dados do CAS. Suape e Itaqui têm visto um aumento de liquidez nos últimos dias após semanas de calmaria. Um navio que chegou ao Nordeste na semana passada pode pressionar os preços nos portos nos próximos dias.

• E ainda no Brasil, a Ream decidiu reduzir seus preços às distribuidoras de diesel e gasolina na sexta. No caso do S10, o corte de R$ 134,30/m³, em linha com a queda no mercado internacional. Para a gasolina, os preços caíram R$ 19,40/m³, também seguindo a NYMEX e o câmbio.

• Também na sexta, o mercado internacional de petróleo fechou em alta, impulsionado pelo otimismo em relação a um acordo comercial entre EUA e China, um dia depois de os americanos terem chegado a um consenso com o Reino Unido. Na NYMEX, o Heating Oil de junho avançou 2,30 centavos, chegando a US$ 2,1084/galão, ao mesmo tempo que o RBOB de mesmo mês subiu 2,64 centavos, para US$ 2,0664/galão. Hoje pela manhã, o petróleo seguia em forte alta, depois de EUA e China concordarem em uma pausa de 90 dias nas tarifas, com o HO subindo mais 6,03 centavos e o RBOB, 5,42 centavos.